Neste ano em que a GTPLAN celebra 16 anos de história, nos vemos diante de um marco que reflete não apenas nossa longevidade, mas nossa capacidade de inovar com responsabilidade.
O lançamento do Planner IA 5.0, previsto para o segundo semestre de 2025, representa o ápice de uma jornada em que tecnologia de ponta e governança humana caminharam lado a lado para construir uma solução realmente transformadora para o setor de saúde.
Inteligência Artificial: sedutora, poderosa – mas não suficiente
Vivemos uma era em que a Inteligência Artificial se consolida como principal vetor de transformação dos negócios. Com algoritmos cada vez mais precisos, promessas de automação em larga escala e capacidade de aprendizado contínuo, a IA parece ser a resposta para todos os desafios – especialmente em setores críticos como a saúde.
Entretanto, a experiência prática nos mostra o oposto: depositar todas as fichas na IA, sem uma governança humana sólida, é arriscado e potencialmente desastroso. O futuro tecnológico das organizações depende do equilíbrio entre velocidade algorítmica e discernimento humano.
O desafio da saúde: onde a falha custa caro – e pode custar vidas
Na GTPLAN, atuamos com soluções especializadas em supply chain. E, no setor hospitalar, percebemos logo que planejar a cadeia de suprimentos vai muito além da lógica de eficiência tradicional:
- A demanda é instável;
- As urgências são inegociáveis;
- A regulação é rígida;
- E o custo de oportunidade pode ser medido em vidas humanas.
Diante disso, a tentação de entregar tudo à IA é compreensível, mas perigosa. Por mais que algoritmos consigam prever cenários, disparar ordens e processar dados, a tomada de decisão crítica, a análise ética e a articulação entre atores ainda dependem – e dependerão – de pessoas.
Planner IA 5.0: a tecnologia guiada por experiência
A jornada de construção do Planner IA 5.0, com ferramentas IA desde a sua fundação, foi um divisor de águas. Sim, a IA teve papel central no desenvolvimento:
- Prototipou interfaces sem vícios de negócio e tecnologia;
- Simulou novas experiências de usuário;
- Automatizou avaliações de performance;
- E sugeriu melhorias técnicas e visuais com rapidez surpreendente.
Ferramentas como Cursor, Lovable, Replit Copilot aceleraram o desenvolvimento e entregaram interfaces modernas, responsivas e centradas na experiência do usuário — essenciais em ambientes hospitalares.
Mas o verdadeiro diferencial foi o capital humano da GTPLAN:
Profissionais altamente especializados, com profundo domínio do contexto hospitalar e visão crítica sobre tecnologia.
O valor da curadoria humana
Na prática, notamos que:
- Em aplicações simples, de CRUD e lógica direta, a IA funciona com alta eficiência.
- Mas, quando envolvemos regras complexas, validações críticas e ambientes de alta carga operacional, a IA sozinha pode gerar códigos frágeis, com manutenção insustentável e performance instável.
É aqui que entra a governança humana.
Foi ela que garantiu escalabilidade, segurança, coerência arquitetural e confiabilidade à solução.
Foi ela que transformou o prompting correto em um ativo estratégico.
Foi ela que permitiu que a IA não fosse um fim em si, mas um meio a serviço da excelência técnica e do propósito clínico.
Bonito não basta. É preciso escalar, funcionar e proteger.
O mundo verá uma enxurrada de SaaS criados com “vibe coding” — soluções construídas quase por voz.
Isso trará modernidade estética, mas, muitas vezes, ausência de robustez.
Aos gestores de TI, fica o alerta:
Não é o design que sustenta um sistema em ambiente hospitalar. É a sua arquitetura.
É por isso que a governança humana precisa ser pilar inegociável de qualquer transformação tecnológica, especialmente na saúde.
O que aprendemos em 16 anos de GTPLAN com IA?
Que a IA é real. Poderosa. Transformadora.
Mas que sua força só se manifesta quando guiada por pessoas com propósito, método e responsabilidade.
O Planner IA 5.0 é a prova viva disso:
Um produto construído com IA desde o início, mas forjado com o rigor técnico de uma empresa que aprendeu a operar com excelência em ambientes onde falhar não é uma opção.
Se a próxima década será dominada por inteligência artificial, que seja com curadoria humana, estratégia madura e ética inabalável.
Por Rafael Fialho – Chief Information Officer na GTPLAN